A greve dos professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), iniciada em 2 de janeiro deste ano, pode chegar ao fim, após a segunda audiência de conciliação entre representantes do Governo do Estado e da categoria. O acordo alcançado traz consigo uma série de compromissos que podem encerrar o movimento paredista que durou meses.
Uma das principais conquistas foi o reajuste salarial de 17% para os professores, a ser pago em três parcelas nos próximos anos: 1º de maio de 2024, 1º de maio de 2025 e 1º de maio de 2026. Além disso, ficou acordada a reposição das atividades perdidas durante a greve, garantindo a continuidade do calendário acadêmico sem prejuízos aos estudantes. O governo estadual também se comprometeu a restituir os valores descontados dos grevistas através de uma folha suplementar.
A representante dos professores, Lucineide Barros, destacou a extensão e a importância das discussões durante a audiência. "Praticamente todos os itens da nossa pauta foram atendidos, cada um deles de forma específica. Na assembleia marcada para esta terça-feira às 9 horas, no Campus Torquato Neto, vamos discutir os detalhes e apresentar a ata desta audiência que foi tão importante para nossa categoria", afirmou Lucineide.
Outro ponto relevante do acordo foi o arquivamento do Projeto de Lei Complementar do Governo 9/23 (PLCG), que propunha alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos professores da Uespi. Essa discussão será retomada posteriormente, após um estudo detalhado sobre o regime de trabalho dos docentes, com a participação do ADCESP.
O secretário estadual de administração, Samuel Nascimento, presente nas negociações, expressou satisfação com o desfecho. "Estamos contentes com o acordo que foi construído. Todas as tratativas foram transparentes e visaram atender às demandas dos professores, ao mesmo tempo em que buscamos garantir a excelência do ensino superior público no Estado", afirmou o secretário.
Em nota, o governo reforçou que o reajuste proposto está acima da inflação, que foi de 4,62%. Com essas medidas, espera-se que a greve dos professores da Uespi chegue ao fim em breve, permitindo o retorno à normalidade das atividades acadêmicas.