O presidente da República, Jair Bolsonaro, rechaçou nesse domingo (17) qualquer possibilidade de derrota nas eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E aproveitou para provocar seu principal adversário na corrida eleitoral deste ano.
"Ele que vai ligar para mim. Eu tenho certeza que eu não vou ligar para ele. Não tem o 'se' nessa questão. É o Flamengo enfrentando o Bangu, com toda certeza. Até com o time reserva. Com todo o respeito ao Bangu", afirmou o presidente, no Palácio da Alvorada, ao ser questionado se telefonaria para Lula, caso ele ganhasse as eleições em outubro. Um pouco antes, Bolsonaro havia dito que Lula perderia o pleito para qualquer candidato.
Nesta segunda-feira (18), o presidente convocou uma reunião com embaixadores de outros países para apresentar a sua tese - nunca comprovada - de que houve fraude em eleições anteriores. Perguntado sobre o que vai ser discutido no encontro, ele afirmou: "[Discussão será] técnica. Não vou supor nada. O foco é na transparência eleitoral, fazer com que, uma vez acabada as eleições, ninguém duvide da mesma. E o perdedor imediatamente ligue para o ganhador".
Bolsonaro anunciou anteriormente que deve apresentar um power point com documentos sobre os resultados das eleições de 2014, 2018 e 2020. Como O GLOBO mostrou, o material deve incluir decisões e declarações de ministros do Supremo Tribunal Federal que, na visão do Palácio do Planalto, demonstrariam parcialidade da Corte em relação ao chefe do Executivo e a seus apoiadores.
Até agora, o governo não informou
quais embaixadas foram convidadas para a reunião, apesar do mandatário dizer
que cerca de "40 confirmaram presença".
O encontro de Bolsonaro com os embaixadores foi agendado como uma reação a uma
reunião do presidente do TSE, Edson Fachin, com as representações estrangeiras
ocorrida em junho. Na época, Fachin havia alertado os embaixadores sobre
"acusações levianas" contra as urnas eletrônicas.
"Deixar bem claro uma coisa que o Fachin não levou em conta. Quem trata da política externa é o presidente da República", disse Bolsonaro.